quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Mas Você Precisa Morrer

Você precisa morrer, e essa certeza é mais latente que meu amor por você. Amor esse banhado no meu suor, no meu sangue. Você talvez nunca compreenda o que eu tive que abdicar por você. Talvez nunca compreenda os sacrifícios feitos no altar dos meus limites, onde verti todos os meus anseios por você. Talvez nunca compreenda as feridas fundas na minha carne, geradas pela correntes da sua paixão. Talvez nem me compreenda, talvez não me enxergue mais.

Mas eu sei que você precisa morrer. O anoitecer me lembra disso, me lembra dos nossos pecados. Você nunca lidou muito bem com o que você é, com o que você gosta. Tudo isso foi muito novo pra você, e eu até compreendo. Mas você aprendeu rápido, aprendeu a sugar minha energia das melhores e das piores maneiras possíveis. E eu te odeio por isso.

Eu não vou te matar de verdade, pelo menos não dentro de mim. Lá no fundo você vai continuar dançando sua dança maligna junto ao meu deleite e ao meu desejo. Oh como eu te odeio e como eu odeio o que você representa na minha vida. Mas eu aceitei, te aceitei como força motriz. E se eu te desligar eu vou desfalecer em algum ponto da jornada, eu vou enlouquecer em algum ponto da vida.

Você precisa morrer, mas não agora. Talvez nunca.