A pupila então se dilata, a corda se rompe e o cheiro se
cria. Meu corpo se funde ao teu, desencadeando uma sensação tão boa e única.
Você gira para o lado, sorri, e entende o momento. O triunfo, o crescimento de
uma coisa inexplicável. Seria possível narrar meus orgasmos? Seria possível
descrever em escrita algo simplesmente indescritível?
E por falar em escrever, tua boca escreve caminhos no meu
corpo. Escreve e perpetra um marco. Feridas na minha pele, garganta apertada, o
teu odor morando em mim. Você sabe o quanto amo teu cheiro. Cheiro de homem,
cheiro daquilo. Daquilo sussurrado nos ouvidos das comadres, abafados com risos
afetados. Aquilo que você sabe que é errado, ou finge não saber. A dança feita
em cima da nossa própria cova. Eles falam que somos doentes, que somos
aberrações. E eu não consigo compreender tanto ódio, eu não consigo compreender
tamanho medo.
O medo.
O medo que verte enfim dos teus poros. Ele não mais
interessa, ele não mais existe aqui. Agora só existe algo superior até mesmo o
amor, e eu não sei te dizer. Mas sentir... Tuas mãos criam um laço na minha
cintura, e o encaixe é magistral. Tua boca encontra meu membro, e eu mais uma
vez não sei o que falar. O som seco do gemido é quase inaudível, ele se perde
no meio de nós. Meu olho revirando é sinal de deleite, de dever cumprido.
Porque eu estou toda derretida por você, meu amor.
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