sexta-feira, 8 de abril de 2016

Cheiro de Homem (A pupila então se dilata)

A pupila então se dilata, a corda se rompe e o cheiro se cria. Meu corpo se funde ao teu, desencadeando uma sensação tão boa e única. Você gira para o lado, sorri, e entende o momento. O triunfo, o crescimento de uma coisa inexplicável. Seria possível narrar meus orgasmos? Seria possível descrever em escrita algo simplesmente indescritível?

E por falar em escrever, tua boca escreve caminhos no meu corpo. Escreve e perpetra um marco. Feridas na minha pele, garganta apertada, o teu odor morando em mim. Você sabe o quanto amo teu cheiro. Cheiro de homem, cheiro daquilo. Daquilo sussurrado nos ouvidos das comadres, abafados com risos afetados. Aquilo que você sabe que é errado, ou finge não saber. A dança feita em cima da nossa própria cova. Eles falam que somos doentes, que somos aberrações. E eu não consigo compreender tanto ódio, eu não consigo compreender tamanho medo.

O medo.

O medo que verte enfim dos teus poros. Ele não mais interessa, ele não mais existe aqui. Agora só existe algo superior até mesmo o amor, e eu não sei te dizer. Mas sentir... Tuas mãos criam um laço na minha cintura, e o encaixe é magistral. Tua boca encontra meu membro, e eu mais uma vez não sei o que falar. O som seco do gemido é quase inaudível, ele se perde no meio de nós. Meu olho revirando é sinal de deleite, de dever cumprido.


Porque eu estou toda derretida por você, meu amor. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário