Ela tinha sonhos. Confusos, tensos, desconfortáveis. Ela não
sabia o que estava acontecendo. Apenas queria que parasse. Ela, tão
sentimental. Ela, tão leve. Ela, tão calma. Talvez aqueles sonhos tivessem
algum significado, mas eles eram escuros. Tão escuros...
***
Uma grande marca se fez no céu. Profunda, forte, intensa.
Ela não sabia decifrá-lo, como seus sonhos. Parecia que tudo tinha que ser
complicado pra ela. Parecia que Deus não lhe permitia um momento de paz. Ela
queria, acima de tudo, amor. Mas ela encontrava amor? Não. Apenas se
interessava por coisas e pessoas impossíveis. Mas ela era tão tola, tão
sentimental. Os sentimentos seriam sua morte.
***
Ela gostava dele. Mas ele gostava dela? Ela achava que não.
Talvez estivesse errada. Terrivelmente errada...
***
O som dos pássaros não a deixa dormir. Ela sonhava, agora já
não dormia. Queria dormir. Queria apagar, nem que fosse por alguns instantes
sequer, aquelas marcas. Mas era tão difícil, tão intrínseco a sua
alma, que ela estava a ponto de explodir.
***
Por um momento, ela achou que tinha visto uma luz no fim do
túnel. Via ele no final. Via ele no seu final. Ela não teria final sem ele.
***
Seu instinto materno afasta as pessoas, ela sabia. Mas
aquilo era irrefreável, impossível de ser controlado. Eles iam embora, e ela
não fazia nada...
***
Acho que ela não sabia quem era, mas sabia do que não
gostava. Feliz aniversário pra ela.
Feliz aniversário pra ela...
Aniversário pra ela...
Pra ela...
Ela...
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